Sentir
Falar
Sofrer
Três palavras que sempre fizeram parte de sua vida, de inúmeros monólogos com sua cabeça, da sua solidão que sempre sentia, tinha muitos amigos mas nunca se sentiu parte daquilo, o silêncio sempre foi sua companhia e o que o mais o afastava dos outros, poderia contar nos dedos os amores que perdera devido a seu silêncio, aquela pergunta que sempre ficava no ar "não tem mais nada a me dizer?" sempre acompanhado de um não, o matava mais um pouco e o desencorajava mais a encontrar um novo amor.
Três palavras que sempre fizeram parte de sua vida, de inúmeros monólogos com sua cabeça, da sua solidão que sempre sentia, tinha muitos amigos mas nunca se sentiu parte daquilo, o silêncio sempre foi sua companhia e o que o mais o afastava dos outros, poderia contar nos dedos os amores que perdera devido a seu silêncio, aquela pergunta que sempre ficava no ar "não tem mais nada a me dizer?" sempre acompanhado de um não, o matava mais um pouco e o desencorajava mais a encontrar um novo amor.
Em sua cabeça era tudo perfeito,
sempre conseguia dizer o que realmente sentia a seus personagens imaginários,
seus ensaios mentais eram absurdamente poéticos e muitas vezes clichês como
filmes românticos água com açúcar, mas algo o sempre impedia de dizer tais
coisas, o silêncio sempre impedia ou trocava suas palavras. Queria um jeito de
romper o silêncio e poder gritar o que queria, correu para a música, mas viu
que suas melodias não eram o suficiente para expressar tudo aquilo, tentou
fazer quadros mas não sabia o que pintar, tentou correr, lutar, brigar mas era
em vão, até que encontrou o que realmente achava que era sua expressão: O
álcool,então bebia uma, duas, três, infinitas garrafas, gritava, corria,
enlouquecia e invariavelmente acabava enfraquecendo sua frágeis relações, o
tentaram fazer parar, mas não queria, se orgulhava daquilo, a seu ver, era a
sua arte, sua expressão, o seu remédio; quando o perguntavam o por que daquilo,
simplesmente respondia: Por que sou um louco solitário.
Continuou neste ciclo, indo dos destilados aos
carbonatados passando pelos fermentados, sem qualquer ordem ou sentido,
inúmeras bebedeiras e ressacas, se sentia bem com aquilo, mas sempre sua velha
companheira vinha visitá-lo e atormentá-lo. Até que um amor retornara, uma que
havia perdido devido ao seu silêncio, resolveu que tentaria novamente mas seu
silêncio não iria atrapalhar mais, montou o maldito diálogo do que diria em sua
mente, parecia sem erro, perfeito, mas parou e pensou "não é assim que
sempre fiz? Imagino como vai ser e na hora nada acontece, não, dessa vez vai
ser diferente". Chegou a hora de ir, mas antes tomou um pouco da sua
"arte" e partiu, acabou dizendo o que queria ter dito a anos e também
o que nunca deveria ter sequer pensado, mas de repente tudo apaga e acorda num
chão sujo, se sentindo deprimido, tenta lembrar do que aconteceu, do que havia
dito, do por que dessa tristeza mas não consegue, sua mente está mais confusa
que o normal, um único pensamento ecoa em sua mente: Preciso encontrá-la, e a
encontrou e com ela reencontrou sua velha inimiga e companheira, o silêncio,
não podia fazer mais nada a barreira tinha sido criada já, e apenas sobrou
aquilo. O silêncio. Voltou pra casa, estava sem rumo novamente, viu um pedaço
de papel, começou a rabiscá-lo, escrevendo tudo na sua mente, com tanta força
que rasgou o papel, jogou toda sua raiva, frustração e paixão naquilo, até que
parou e viu aqueles inúmeros papéis escritos e percebeu que tinha finalmente
encontrado sua expressão da alma, e assim continuou com um sorriso no rosto,
escrevendo, rasgando, o silêncio tinha ido embora.
Ele havia se encontrado
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